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quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

GREENWASH : EMPRESAS VENDEM FALSA IMAGEM VERDE


Em meio a atual onda sustentável é difícil distinguir quais empresas e produtos realmente entregam o que prometem. A publicidade é utilizada, em muitos casos, como “greenwash” – termo adotado por ambientalistas para se referir a propaganda corporativa que tenta mascarar um fraco desempenho ambiental das empresas, que passam a enganar o consumidor com anúncios mentirosos.

Uma pesquisa realizada pela TerraChoice Environmental Marketing avaliou a confiabilidade de mais de mil itens com diferenciais teoricamente sustentáveis, em lojas de departamentos americanas e canadenses. De acordo com a Carbono Brasil e a Agência Envolverde, o resultado foi surpreendente: 99,9% dos exemplares avaliados eram mentirosos ou, pelo menos, dúbios. O estudo comprovou que apenas um produto — uma marca de papel higiênico produzido sem cloro, com conteúdo reciclado — cumpriu plenamente o que prometia.

Sem detalhes

Algumas empresas defendem o uso de símbolos genéricos ou de linguagem simplificada na embalagem dos produtos porque, em certos casos, consideram o elemento sustentável muito complicado para ser explicado na embalagem. Elas dizem que explicam os significados ecológicos em seus websites ou os descrevem em letras menores no rótulo. Um exemplo é a fabricante de eletrônicos Philips, que utiliza uma logomarca de “indicação verde” em produtos selecionados.

Na Europa, Um relatório elaborado pelo guia europeu para marketing sustentável do Corporate Social Responsability (CSR) desaprova essas empresas, sentenciando que as alegações verdes devem ser “explícitas sobre o significado de qualquer símbolo... a menos que o símbolo seja apoiado por lei, regulamentação ou esquema independente de certificação”.

Quanto mais os consumidores se mostram interessados pelas mudanças climáticas, mais os publicitários exaltam as credenciais verdes dos produtos.

>>> Pecados identificados pela pesquisa da TerraChoice Environmental Marketing:

Cortina de fumaça (registrado em 57% dos itens)
Dar destaque para uma qualidade real do produto que desvia a atenção dos problemas existentes. Um exemplo são os eletrônicos de baixo consumo energético (realmente ajudam a economizar energia), mas que possuem altos teores de metais pesados; ou papéis reciclados branqueados com cloro.

Falta de comprovação (26% das ocorrências)
Informar os diferenciais do produto sem apresentar nenhuma prova de que são reais. É o caso de um xampu que se diz orgânico, mas não oferece evidência nesse sentido, nem no rótulo nem no site da empresa. Há também produtos de higiene e beleza que dizem não ter sido testados em animais, mas não apresentavam nenhuma prova disso.

Informações vagas (11% das análises)
Os produtos trazem expressões vagas e ambíguas, afirmando ser “livre de substâncias químicas”, “atóxico”, “verde”, “100% natural”, etc. Besteira comprovada quando se lembra, por exemplo, que todos os elementos da natureza são químicos.

Qualidade irrelevante (4% casos)
Destacar informações que não deveriam fazer a diferença na hora da compra. O exemplo são aerossóis que indicam não conter CFC, sendo que o gás, nocivo à camada de ozônio, foi proibido para esse tipo de produtos há décadas.

Mentira (1% dos produtos)
Enganar o consumidor com informações falsas. É o caso de empresas que afirmam possuir determinadas certificações ambientais ou de um detergente para máquina de lavar louça cuja embalagem totalmente plástica indica ser produzida com papel 100% reciclado. Um famosos restaurante londrino freqüentado por celebridades foi processado quando se descobriu que a carne e o frango orgânicos servidos pelo chef eram preparados com produtos convencionais.

Ética ambígua (1%)
Oferecer, por exemplo, o menor dos males ao consumidor como cigarros orgânicos.

No Brasil ainda não vi nenhuma iniciativa de regular a propaganda de produtos supostamente ecológicos. Até já me senti enganada por com prar um produto socialmente e ambientalmente responsável, sem ter certeza de como ele foi produzido – as informações não estavam claras na embalagem.
Você já se sentiu enganado ou confundido pelo marketing verde?
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FONTE : Paula Sperb (MISSÂO VERDE, ClicRBS)

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