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segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Feira da Alimentação de Porto Alegre – a defesa de uma alimentação baseada nos vegetais e livre de exploração




A Feira de Segurança Alimentar aconteceu neste domingo, dia 18 de outubro, em Porto Alegre. O evento contou com a presença da SVB – Sociedade Vegetariana Brasileira e da VAL – Vanguarda Abolicionista, dois grupos ativistas pelos direitos dos animais e pelo vegetarianismo como estilo de vida.

Desde 1981, várias entidades civis e governamentais, reconhecendo a importância das temáticas Alimentação e Nutrição para as populações, reúnem-se para comemorar no Rio Grande do Sul o Dia Mundial da Alimentação, instituído na data de 16 de outubro pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO).

Atualmente essa celebração anual é denominada Semana da Alimentação do Rio Grande do Sul (SEMA RS). A ação conta com a participação de diversas entidades e instituições, na Capital e nos Municípios gaúchos, constituindo um amplo programa que abriga, além da temática estabelecida pela FAO, outras importantes manifestações, debates e encaminhamentos a respeito da Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável e seus fundamentos principais que são o Direito Humano à Alimentação Adequada e a Soberania Alimentar.

Foram distribuídos panfletos, houve também venda de livros e camisetas da causa. Para informações sobre alimentação vegetariana – vegana, contamos com o apoio da nutricionista Cláudia Lulkin, que mostrava aos visitantes da feira, as diversas opções de origem vegetal e benefícios à saúde – dos humanos e dos animais….

Na banca do Greenpeace, uma curiosa afronta à pecuária, mas cheia de dedos, já que nem se toca no assunto da questão animal. Para eles, deixar de comer carne é uma questão de “razoabilidade”. Ainda não acordaram para o fato de que a ganância e a exploração que a humanidade exerce sobre os animais, é o que vem empobrecendo nossa ética, empobrecendo os solos e torturando vidas indefesas. Mas, para eles, a razoabilidade está em trocar o solo da Amazônia por outro solo (do Cerrado talvez? Da Lua?). Querem que se saiba a procedência do “nosso peixe”, do “nosso gado”. Do meu gado? Discurso conciliatório, papo para boi dormir…Todos sabemos de quem é o gado e para onde “flui” o dinheiro…”

O dia foi lindo e movimentado pela manhã. À tarde, pouco movimento e muito vento, mas a presença de veículos de comunicação, de pessoas interessadas e muita discussão positiva sobre alimentação, humanidade, amizade, ecologia e respeito aos animais.

Contamos com a presença da socióloga Eliane Lima, que tratou das questões políticas e sociais do vegetarianismo. Abordou assuntos como o direito do consumidor para os vegetarianos, como agem as empresas que testam em animais e as que não testam e como é o relacionamento delas com o consumidor vegetariano e o consumidor comum.
Falou sobre as muitas empresas que estão mudando sua postura e não usando mais produtos de origem animal na sua composição, informando nas embalagens essa atitude. Uma mudança que tem muito a ver com a insistência de pessoas ativistas que exigem que seus direitos sejam respeitados.

Todos nós ajudamos na feira e aprendemos muito. Pudemos ter um panorama das questões biológicas, filosóficas, sociais e nutricionais das questões relacionadas à agricultura, como por exemplo o modo como a pecuária colabora para aumentar o aquecimento global e as mudanças climáticas, coisa que todo Biólogo tem obrigação de informar, se atua em escolas e meios de comunicação.

O evento, multidisciplinar, é uma chance de se ter acesso aos mais diversos tipos de alimentos, maneiras de preparo, agricultura familiar e ecologia. Notei que poucas crianças e jovens estavam no evento. Uma pena, pois é uma chance de se obter informações sobre o plantio de cereais no Estado, sobre os projetos novos em cada área da agricultura e poder ter uma visão ampla – desta vez incluindo os animais graças à presença da banca VAL / SVB – o que hoje em dia é o objetivo de muitos professores e uma questão importante na educação.

A educação carece de exemplos, coisas concretas, alternativas à sala de aula e também ao modo de vida destrutivo em que a humanidade se encontra. É algo que vem sendo discutido à séculos. Na próxima coluna, tratarei da educação e de uma nova proposta que inclua o exemplo, a “atitude”, como maior auxiliar no aprendizado.

Esta feira é um evento que se repete anualmente e que reúne pessoas que trabalham com alimentação. Havia bancas que trabalham com a soja, linhaça orgânica, e muitas outras relacionadas aos cultivos de cereais, agricultura desenvolvida pelas mulheres, camponesas, cooperativas e grupos diversos.

A banca que trata do tema vegetarianismo e animais surgiu como uma opção ecológica e totalmente sustentável – seja do ponto de vista argumentativo, ou do ponto de vista ecológico. Espero que no próximo ano, mais crianças e jovens possam conhecer este evento e estarem presentes para maior informação sobre algo (a alimentação humana) que está intimamente ligado às nossas vidas e que envolve, infelizmente e ainda, a vida de milhares de seres que chamamos de “animais”.
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FONTE : Ellen Augusta Valer de Freitas, Bióloga (http://vanguardaabolicionista.wordpress.com/2009/10/19/feira-da-alimentacao-de-porto-alegre-a-defesa-de-uma-alimentacao-baseada-nos-vegetais-e-livre-de-exploracao/)

Um comentário:

claudia lulkin disse...

Sermos e Estarmos PRESENTES, mostrarmos nossa compreensão sobre a beleza da Natureza e Salvarmos nossos queridos "irmãos" animais...
Sempre!
claudinhaV