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terça-feira, 30 de março de 2010

Cientista americano defende esforço global para preservar a floresta amazônica

Thomas Lovejoy foi um dos palestrantes do Fórum Internacional de Sustentabilidade, que acontece em Manaus

O cientista Thomas Lovejoy, um dos mais respeitados especialistas em biodiversidade e presidente do Centro Heinz de Ciências, Economia e Meio Ambiente, defendeu, durante o Fórum Internacional de Sustentabilidade, evento promovido pelo LIDE - Grupo de Líderes Empresariais - em Manaus, um "esforço planetário" para restaurar os ecossistemas do mundo, em particular os da floresta amazônica, tema do encontro que acontece nesta sexta-feira e sábado no hotel Tropical.

Lovejoy, que já foi vice-presidente do WWF nos Estados Unidos, alertou para a possibilidade de algumas regiões da floresta amazônica, dentro e fora do Brasil, desaparecerem em alguns anos por causa das intervenções humanas. Ele chamou especial atenção para as regiões Leste e Sul da floresta, que atualmente são as mais afetadas pelas intervenções humanas.

Neste aspecto, o cientista criticou projetos de desenvolvimento que acabam interferindo no equilíbrio do ecossistema, como a construção de rodovias e de hidrelétricas. "Rodovias causam um impacto pesadíssimo e muito sério", explicou Lovejoy. "Estradas induzem ao desmatamento. Elas precisam ser substituídas por trilhos ou por hidrovias. Isso porque, afirmou, a floresta é responsável pelo equilíbrio do clima. Ele citou como exemplo ações de desmatamento realizadas em Rondônia, com a utilização de fogo, que acabou gerando um longo período de seca na região.

Por isso, ele alertou também para a questão do desmatamento parcial, ou seja, derrubada de fragmentos relativamente isolados da floresta. Segundo Lovejoy, há impacto na biodiversidade. "Uma área de um quilômetro quadrado perde metade das espécies de pássaros em 15 anos que vivem sob o dossel da floresta."

O escritor e consultor Mark London, que também participou do debate, apoiou a idéia de ter a floresta amazônica como uma "reserva mundial". "Trata-se de uma oportunidade para o mundo participar deste processo. Se perdermos a floresta tropical, isso será uma catástrofe para o mundo todo. Logo, por que não conseguiríamos apoio mundial para preservá-la?", questionou.

No entanto, no início de sua apresentação, London elogiou as iniciativas de preservação da floresta realizadas hoje, em conjunto com as comunidades locais, como "iniciativas puramente brasileiras". "A solução tem que vir do Brasil. E a obrigação dos demais países é dar apoio como cidadãos do mundo", acrescentou.

London, que é autor do livro "A Última Floresta - A Amazônia na Era da Globalização", destacou, em sua exposição, que os projetos de preservação da Amazônia devem necessariamente incluir o povo que vive por lá. "Esta é a casa deles", disse, arrancando aplausos do público. Ele também reconheceu a dificuldade de se encontrar uma solução equilibrada para a questão da cultura de soja e da criação de gado e a preservação da floresta.

London e Lovejoy destacaram iniciativas como os projetos Juma, Mamirauá e REDD (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação). Na avaliação de Lovejoy, projetos como estes, com participações de grandes empresas realmente empenhadas com questões ligadas à sustentabilidade - e não apenas com a venda de créditos de carbono - irão atrair outras. "A importância da sustentabilidade vai aumentar exponencialmente ano após ano. É inevitável. Isso vai aumentar o interesse das empresas", afirmou o cientista.

A criatividade destas empresas seria a saída para diminuir a necessidade de projetos desenvolvimentistas que prejudiquem o meio ambiente, disse. "Empresas bem sucedidas vão enxergar e buscar as oportunidades. Tenho a confiança de que o setor privado vai se envolver mais intensamente."

Aquário - Durante a apresentação, o governador do Amazonas, Eduardo Braga, anfitrião do Fórum de Sustentabilidade, convidou os empresários a conhecer o projeto Museu da Amazônia. A idéia é ter um museu vivo, com cenários para um roteiro de ecoturismo, com apoio do Instituto Nacional de Pesquisas para a Amazônia (Inpa). O projeto prevê a construção do maior aquário do mundo, uma vez que os rios da floresta amazônica possuem mais de três mil espécies de peixes.

O Fórum de Sustentabilidade vai discutir, nos dois dias de duração, a importância de se preservar a floresta amazônica, além de alternativas ambientais e sociais para o desenvolvimento da região. Cerca de 400 líderes empresariais participam do encontro em Manaus.

SOBRE SEMINARS - A Seminars é uma empresa resultado da associação do Grupo Doria Associados, comandado por João Doria Jr., e a Maior Entretenimento, presidida por Sergio Waib, que faz parte do Grupo ABC. Tem como objetivo desenvolver o mercado de palestras, seminários e workshops nas áreas de negócios, política, economia e tecnologia. A Seminars organiza eventos - proprietários ou sob demanda - sempre com personalidades relevantes, nacionais e internacionais, que sejam autoridades em suas áreas de atuação. O primeiro realizado pela Seminars em novembro de 2009, contou com o ex-secretário geral da ONU e prêmio Nobel da Paz, Kofi Annan.

Grandes cabeças, com talento reconhecido e mentes inovadoras, são os principais indutores dos debates. Essa é a importância dos eventos que a Seminars começa a desenvolver. As palestras vão reunir pessoas que disseminam conhecimento, fortalecem o pensamento e alimentam a troca de experiências vencedoras. As soluções estimuladas pelos debates da Seminars estarão sempre alinhadas com os mais elevados princípios éticos de governança corporativa e pautadas por políticas de sustentabilidade e responsabilidade social.
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FONTE : (Envolverde/Maxpress)

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