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quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Manchetes Socioambientais - 31/10/2012


'Conservar é ferramenta para manter exploração'
Em entrevista, Ana Paula Leite Prates, diretora de Áreas Protegidas do Ministério do Meio Ambiente, explica por que ainda temos só 1,5% das áreas marinhas e costeiras protegidas e quais são os desafios e as dificuldades de atingir a meta de 10%: "Nosso maior desafio é demonstrar que as áreas protegidas não são impedimento para o desenvolvimento. Pelo contrário, elas ordenam atividades e permitem a manutenção dos serviços ambientais gerados pelos ecossistemas e espécies marinhas, assim como dos níveis de qualidade de vida, segurança alimentar e exploração dos recursos a serem aproveitados. A conservação nada mais é que uma ferramenta que propicia a manutenção da exploração por gerações e gerações" - OESP, 31/10, Caderno Especial, p.H2.

Obstáculos inibem reservas marinhas
O uso sustentável de áreas marinhas protegidas sofre com a falta de diálogo entre órgãos dos governo, como o ICMBio e o Ministério da Pesca e Aquicultura, alerta Antonio Carlos Diegues, especialista da USP em pequenas comunidades pesqueiras. Segundo o pesquisador, a resistência de ambientalistas e a falta de sintonia entre os órgãos responsáveis inibem novos projetos de Reserva Extrativista Marinha (REM). Ele lembra que a maioria das 20 áreas do tipo existentes no País fica na Região Nordeste. "Em Estados do Sul e Sudeste, como Santa Catarina, São Paulo e Rio, há a tendência de preservar áreas naturais evitando a presença humana. Isso explica porque há apenas uma REM em cada um desses locais", diz. Em São Paulo, Diegues cita o caso bem-sucedido da Reserva Extrativista do Mandira - OESP, 31/10, Especial, p.H3.

Isolamento cria poupança de peixe
Experiência de impedir contato humano em 0,1% da Área de Proteção Ambiental (APA) Costa dos Corais, em Tamandaré (PE), evita degradação, ajuda a ampliar estoque de peixes e, 13 anos depois, vira modelo a ser copiado em outras reservas - OESP, 31/10, Caderno Especial, p.H4 e H5.

Jardim Botânico define limites e envia ao TCU
O Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro enviou ontem para o Tribunal de Contas da União a proposta de delimitação dos limites do parque. O trabalho foi feito em conjunto com o Iphan. O documento delimita em 1,3 milhão de metros quadrados a área pertencente ao Jardim Botânico. Isso significa que todos os imóveis ali construídos, à exceção de cerca de 100 na Rua Dona Castorina, deverão ser removidos. A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse que os moradores que ocupam a área do Jardim Botânico, muitos em áreas de risco, serão removidos - O Globo, 31/10, Rio, p.23.


Seca

Outubro mais seco em 83 anos: reservatórios no limite
Os reservatórios da Região Nordeste estão em estado de alerta. Segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o volume de chuva que tem caído nas principais bacias da região é o pior dos últimos 83 anos - o que tem dificultado a recuperação dos reservatórios. Só em outubro, o nível de armazenamento do Nordeste despencou 8,2 pontos porcentuais, de 42,6% para 34,4%, o menor nível desde 2003. Os reservatórios estão apenas 5,8 pontos acima do limite de segurança para o abastecimento do mercado. A esperança é que as chuvas de novembro e dezembro sejam mais consistentes e consigam recompor os lagos das hidrelétricas - OESP, 31/10, Economia, p.B1.

Cidade baiana está sem chuva há 2 anos
Pior seca dos últimos 50 anos atinge cidades como Ichu e Caém, no interior da Bahia. Em Caém, não chove consistentemente há um ano e meio. Em algumas cidades da região, como Ichu, a estiagem já dura dois anos. Os prejuízos para a pecuária e a agricultura, segundo a Secretaria de Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária do Estado (Seagri), já são contados em bilhões de reais. As perdas chegam a 80% em algumas culturas, como a de mandioca. A produção de sisal teve retração de 60%. A queda na produção de leite é de 30% no Estado - OESP, 31/10, Economia, p.B3.

Estiagem já atinge 80% de Pernambuco
A estiagem em Pernambuco, que segundo especialistas do setor é a pior dos últimos 30 anos, já atinge 80% do território estadual. São 115 municípios com estado de emergência reconhecido pela Secretaria Nacional de Defesa Civil. Esse número é ainda maior de acordo com dados da defesa civil local, chegando a 121. A população atingida já ultrapassa 1,18 milhão. De acordo com a Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), 80 barragens estão com o nível abaixo do considerado normal para esta época do ano. A situação no sertão é ainda mais preocupante: 80% dos reservatórios secaram completamente - OESP, 31/10, Economia, p.B3.

Ceará e Piauí têm a pior seca em décadas
Ceará e Piauí enfrentam a pior seca das últimas décadas. O retrato no interior dos Estados é de desolação, com gado morto e safras de milho, feijão e arroz perdidas. Os prejuízos na agricultura dos dois Estados atingem 90% da produção. No Piauí, o trabalhador rural está sobrevivendo dos programas do governo, como a Bolsa Estiagem, Bolsa Família e Seguro-safra. Eles não têm o que comer e falta água para consumo humano e animal. De 224 municípios, 184 prefeitos do Estado decretaram estado de emergência - OESP, 31/10, Economia, p.B3.


Geral

Imigrantes do Haiti passam fome no Acre
Os 280 haitianos que estão na cidade de Brasileia, no Acre, estão passando fome. A casa onde estão alojados está com seis meses de aluguel atrasado e o governo do Estado, que custeia as despesas, diz não ter mais condições de manter a estrutura de apoio. Há um mês, a Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos do Acre cortou o fornecimento de comida. A empresa contratada deixou de receber o pagamento há quatro meses e há uma dívida acumulada de R$ 50 mil. Em um ano e dez meses, o governo do Acre calcula que gastou R$ 2,5 milhões. Para agravar a situação, não param de chegar haitianos na cidade - OESP, 31/10, Internacional, p.A18.

Mero está protegido apenas até 2015
Publicada no Diário Oficial há duas semanas, a prorrogação do veto à caça do mero garantiu a proteção da espécie até 2015. Mesmo com a captura proibida desde 2002, o animal, cujo peso pode chegar a meia tonelada, ainda deve levar mais que três anos para deixar a posição de "criticamente ameaçado" na lista vermelha da UICN. Coordenador do projeto Meros do Brasil durante dez anos, Maurício Hostim afirma que o pedido dos pesquisadores era que a proibição fosse prorrogada por mais dez anos - OESP, 31/10, Caderno Especial, p.H4.

Estradas ruins custam a empresas 13% da receita
Estradas ruins, carga e descarga em centros urbanos e falta de ferrovias custam às empresas brasileiras 13% de suas receitas brutas. Em pesquisa inédita, a Fundação Dom Cabral analisou o peso do chamado "custo logístico" de companhias cujas cadeias dependem do transporte de bens. O transporte de longa distância é o que pesa no fim do mês, responsável por 38% do total, segundo apontaram as 126 empresas ouvidas, que representam 20% do PIB. A ineficiência logística do país gera perdas anuais de R$ 83,2 bilhões - valor comparável ao orçamento anual do Ministério da Saúde - FSP, 31/10, Mercado, p.B7; O Globo, 31/10, Economia, p.31.

TCU sugere bloqueio de recursos federais a 22 obras
Por irregularidades como superfaturamento, licitações direcionadas ou projetos mal feitos, o TCU (Tribunal de Contas da União) sugeriu ao Congresso bloquear o envio de recursos federais a 22 obras no ano que vem. Constam na lista: quatro terminais portuários no Amazonas, a BR-163 (MT/PA), a BR-153 (TO), a Ferrovia Norte-Sul e a Refinaria Abreu e Lima (PE) - FSP, 31/10, Poder, p.A8.

A pegada hídrica
"Algumas empresas brasileiras já estão incorporando, entre os seus indicadores de sustentabilidade, a pegada hídrica. Trata-se do mais avançado indicador de uso sustentável de água pelas sociedades, pelas corporações, pelos consumidores, etc. É crescente a preocupação com a extensão e a magnitude que as organizações empresariais e os consumidores estão interferindo nos ciclos hidrológicos de países e regiões, frequentemente de forma não sustentável. Estima-se que há mais de 1 bilhão de pessoas no mundo sem acesso à água potável segura, e mais de 2 bilhões de pessoas sem acesso à água potável adequada para saneamento básico. O cálculo da pegada hídrica na linha de produção pode contribuir para tornar efetiva a responsabilidade social ampliada das grandes corporações", artigo de Paulo Haddad - OESP, 31/10, Economia, p.B2.

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