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quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

MANCHETES SOCIOAMBIENTAIS - 20/fev/2013

Pobreza reina na área mais protegida do Pará
A conservação da floresta por si só não tem conseguido garantir um quadro econômico melhor. A região mais preservada e protegida do Pará é também uma das mais pobres do Estado. É o que mostra um levantamento do Imazon. O trabalho identificou que os indicadores socioeconômicos da Calha Norte são inferiores aos da média do Estado e mostra que é preciso avançar muito em soluções que possibilitem um desenvolvimento sustentável aliado à floresta para que ela possa permanecer preservada. Até 2011, só 5% da região havia sido desmatada, contra uma média de 20% do resto do Estado. Hoje, 74% da área é composta por áreas protegidas (unidades de conservação e terras indígenas). Mas a proteção e a riqueza de biodiversidade ainda não se traduziram em melhores condições de vida para a população - OESP, 20/2, Caderno Especial, p.H2.

Comunidade carente sofre com invasões
Os ribeirinhos da comunidade Português refletem as condições precárias do município mais pobre da Calha Norte, o Faro. O Português, que fica dentro da Floresta Estadual do Faro, é uma comunidade quase fantasma, com casas fechadas e população desanimada. Luiz Cortez de Moura, de 89 anos, foi o primeiro a chegar ao local há mais de 30 anos. "Vim para cá atrás de castanha e quando cheguei me agradei, porque dava tudo, milho, mandioca, banana, feijão. Botei gado. Aí veio essa arrumação da Secretaria do Meio Ambiente e me atrapalhou muito", reclama sobre a criação da unidade de conservação. A comunidade está sofrendo com a invasão de madeireiros e de pescadores de outras regiões. "Puseram essa placa aqui na frente, mas não tá preservado nada. Placa não anda nem fala. Disseram que ia aumentar o pescado quando foi criada, o que aumentou foi a pescaria de gente de fora", diz Moura - OESP, 20/2, Caderno Especial, p.H3.

Uma vida à espera da castanha
Em Cachoeira Porteira (PA), os moradores vivem de colher castanha. Por três meses, de março a junho - às vezes um pouco antes ou depois, dependendo do início das chuvas -, esses remanescentes de quilombolas acampam nos castanhais e coletam tudo que podem, enchendo repetidas vezes o paneiro (cesto com alças que levam nas costas), que suporta até 40 kg de castanhas. Praticamente 100% da renda de Cachoeira Porteira vem da castanha. Fora de sua época, porém, não há muito o que fazer. Alguns cultivam uma rocinha, outros pescam, "mas a maioria fica andando de um lado para o outro", conta Adriane Cordeiro do Carmo, moradora da comunidade. Além da falta de ocupação, os moradores se queixam da frágil infraestrutura, principalmente dos problemas causados por falta de energia - OESP, 20/2, Caderno Especial, p.H3.

Comunidade pede título de terra quilombola
Localizada em parte na Floresta Estadual (Flota) do Trombetas e parte na Reserva Biológica do Rio Trombetas, a comunidade de Cachoeira Porteira pede que sua área seja reconhecida como terra quilombola. O objetivo é poder investir em turismo de pesca esportiva. Porém, o assédio de madeireiras tentando entrar na área já é grande hoje. O Imazon defende a recategorização da Flota em Reserva Extrativista, modelo de unidade de conservação em que aumentam as possibilidades de uso dos produtos florestais e não florestais. De todo modo, hoje a Flota já permite o turismo com controle. Sem gestão, no entanto, os moradores parecem nem saber que podem fazer, muito menos como. O assunto está sendo discutido com a população - OESP, 20/2, Caderno Especial, p.H3.

Falta de gestão barra desenvolvimento
O principal desafio dos governos e do Consórcio Calha Norte (grupo de entidades que auxiliou na criação dos planos de manejo) para a região é impulsionar a gestão das unidades de conservação, em especial as de uso sustentável, para possibilitar que elas de fato colaborem com o desenvolvimento. O problema, como acontece em praticamente toda a Amazônia é que, mesmo com planos de manejo criados (8 das 11 unidades já têm), falta implementação. E no caso do Pará - cujo maior problema ambiental ainda é o desmatamento e os esforços são mais concentrados no seu combate e em fiscalização -, a atenção para uma área que está preservada e protegida pode soar como algo que não precisa de uma ação imediata. Tanto que até hoje a gestão das unidades estaduais é feita remotamente a partir de Belém - OESP, 20/2, Caderno Especial, p.H4.

Região tem maior número de espécies endêmicas
O primeiro levantamento da biodiversidade que existe na porção mais preservada do Pará só foi feito entre 2008 e 2009. O governo estadual havia decidido criar cinco UCs na região, mas precisava de informações sobre quantas espécies vivem ali e como elas se distribuem para elaborar planos de manejo e políticas de preservação. Uma equipe do Museu Paraense Emílio Goeldi realizou, então, sete expedições, ao longo de 12 meses. Além de contabilizar alguns milhares de espécies de fauna e flora que se espalham pelos 13 milhões de hectares das cinco UCs, o inventário mostrou que a região tem uma peculiaridade. Ela apresenta o maior número de espécies endêmicas de toda a Amazônia - OESP, 20/2, Caderno Especial, p.H4.


Energia

Demissões na UHE de Colíder
Cerca de 65% dos operários da usina hidrelétrica de Colíder, no norte de Mato Grosso, estão sendo demitidos. A empresa diz que, como os alojamentos foram destruídos, não há como acomodá-los - FSP, 20/2, Mercado, B4.

11ª Rodada terá áreas cobiçadas por petroleiras
A 11ª rodada de licitações de blocos exploratórios organizada pela ANP ofertará áreas novas cobiçadas pelas principais petroleiras do mundo. Entre elas, as da Bacia da Foz do Amazonas, que abrange todo o litoral do Amapá. Bem ali, ao lado, na costa da Guiana Francesa, foram descobertos reservatórios de óleo de grande potencial. A descoberta reforça a suspeita das grandes petroleiras de que existe óleo no litoral do Amapá em quantidade comercial. Por duas razões básicas: a proximidade com o campo guianense e as características geológicas idênticas. Poços explorados na Guiana estão a 50 quilômetros da fronteira marítima com o Brasil - OESP, 20/2, Economia, p.B6.


Rodoanel

ONGs vão aos EUA para barrar o Rodoanel Norte
Integrantes do Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental (Proam) enviaram petição em regime de urgência a 26 integrantes do Congresso dos Estados Unidos para tentar barrar o financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para a obra do Trecho Norte do Rodoanel Mário Covas. Os ambientalistas tomaram por base um relatório feito por um grupo de estudos da Universidade de Berkeley, que critica a forma como será feita a remoção das famílias na área atingida e os impactos ambientais - OESP, 20/2, Metrópole, p.C3.


Mudanças Climáticas

Antártica: avanço da vegetação e aumento de animais
Nas últimas duas décadas, as temperaturas na Península Antártica subiram 2 graus Celsius. Em consequência, cientistas brasileiros que estudam a vegetação rasteira por lá, revelam que ela está avançando a olhos vistos. Onde antes havia solo congelado e estéril, agora florescem gramíneas. Para piorar a situação, os cientistas constataram que a vegetação, em vez de resgatar CO2 da atmosfera, acaba propiciando o aumento das emissões. Ou seja, além de ser um sinal de que a temperatura está aumentando, a vegetação em si também alimenta o ciclo das mudanças climáticas. E o problema não para por aí. O aumento da vegetação induz também o crescimento da população de aves marinhas e os cientistas temem pela sorte dos pinguins - O Globo, 20/2, Ciência, p.33.

País produz 1o. modelo de clima global para a ONU
O próximo relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC), órgão das Nações Unidas que representa a ciência nas discussões sobre o tema, terá uma contribuição inédita brasileira. Pela primeira vez, o Brasil vai produzir um modelo de previsão climática global, que poderá ser incorporado ao portfólio internacional de modelos que o IPCC usa para fazer suas projeções sobre o futuro do clima do planeta. Com isso, o País se tornará o primeiro da América Latina e apenas o segundo do Hemisfério Sul a contribuir com modelos de mudança climática global para o painel, ao lado da Austrália - OESP, 20/2, Vida, p.A16.

Relatório ficará pronto em 2 anos
O próximo relatório completo do IPCC só deverá ficar pronto daqui a dois anos, no fim de 2014. Será o quinto Relatório de Avaliação produzido pelo painel. A primeira parte do documento, porém, deverá ser aprovada já em setembro deste ano - justamente a que trata das previsões de aumento da temperatura e das mudanças climáticas associadas ao aumento da concentração de gases do efeito estufa na atmosfera - OESP, 20/2, Vida, p.A16.

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