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terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

MANCHETES SOCIOAMBIENTAIS - 26/fev/2013

Hoje: Amazônia, Biodiversidade, Caatinga, Cavernas, Infraestrutura, Mercúrio, Pecuária, Povos Indígenas, Responsabiidade Corporativa

Direto do ISA

Expedição chega a Barcelos depois de 14 pontos de parada em uma semana de navegação
A ideia é refazer parte da rota mítica pela qual os ancestrais chegaram aos lugares onde hoje vivem os diferentes povos tukano no noroeste amazônico, registrando as narrativas orais de conhecedores tradicionais, dos lugares sagrados e míticos de seus povos. Depois de quase uma semana navegando pelo Rio Negro e parando em diversos locais apontados pelos conhecedores indígenas como lugares sagrados, ou "casas de transformação". Nesta segunda-feira, 25 de fevereiro, a expedição chegou à cidade de Barcelos, no Médio Rio Negro - Notícias Socioambientais, 25/2.


Cavernas

A riqueza ameaçada das cavernas do Brasil
O paleontólogo Leonardo Avilla, da Unirio, e seus colegas exploraram um sistema de cavernas do Sudeste do Tocantins. Eles perscrutaram cerca de 40 cavernas e em 80% delas acharam fósseis. Uma mistura de espécies extintas e variações agigantadas de animais que existem hoje, como a onça. Compreendida na divisa entre Tocantins, Goiás e Bahia, a região é pouquíssimo conhecida. Há cerca de 15 cavernas cadastradas na Sociedade Brasileira de Espeleologia (área da ciência dedicada ao estudo de cavernas). Mas só o grupo de Avilla já esteve em 40 e, depois de análise de fotos aéreas, estima que esse número seja até dez vezes maior. Mundos perdidos que podem desaparecer antes mesmo de serem conhecidos, num momento em que ampliação da mineração no Brasil Central ameaça engolir formações geológicas inteiras - O Globo, 26/2, Ciência, p.28.

Patrimônio desprotegido
Cavernas estão muitas vezes associadas a áreas de interesse para mineração e geração de energia hidrelétrica e não existe no país uma lei em vigor específica sobre o assunto. O projeto de lei que trata disso, apresentado em 1990 pelo então deputado federal Fabio Feldmann, tramitou no Senado, e está pronto há anos para votação na Câmara dos Deputados. Em vigor está o decreto 6.640, sancionado em 2008 pelo então presidente Lula, que permite a destruição de cavernas a partir da avaliação de critérios de relevância. Em dezembro passado, o Supremo Tribunal Federal decidiu que a Ação Direta de Inconstitucionalidade promovida pela Procuradoria Geral da República contra o decreto 6.640 seria um instrumento constitucional inadequado. "Mais uma vez se confirma a força das mineradoras", afirma Feldmann - O Globo, 26/2, Ciência, p.28.


Infraestrutura

Governo prepara novas concessões
O presidente da Empresa de Planejamento e Logística, Bernardo Figueiredo, pretende apresentar em março ao Conselho Nacional de Integração de Políticas de Transporte um novo conjunto de concessões em rodovias e ferrovias. Em rodovias, deverão constar as BRs 251 e 365, nos trechos que ligam Salinas (MG) a Montes Claros (MG) e ao Triângulo Mineiro, a BR 364 entre São Simão (GO) e Rondonópolis (MT) e o trecho paranaense da BR 163. Em ferrovias, estão em estudo as ligações ferroviárias entre Lucas do Rio Verde (MT), na região produtora de grãos, e os portos de Santarém (PA) e Porto Velho (RO). Também são analisadas a ligação entre Figueirópolis (TO) e Barreiras (BA), que vai integrar a Ferrovia Norte-Sul à Ferrovia Oeste-Leste (Fiol), e uma linha entre Estreito (MA) e Eliseu Martins (PI), que vai unir a Norte-Sul à Transnordestina - OESP, 26/2, Economia, p.B4.

Rumo ao pior ano da logística agrícola
"O pior gargalo do País neste momento, de longe, são os portos. A segunda é a necessidade urgente de viabilização da nova logística do Norte do País, traduzida no escoamento pelos Portos de Itacoatiara (Rio Madeira), Santarém (Amazonas), Marabá (Tocantins), Miritituba (Teles Pires/Tapajós) e Vila do Conde (confluência do Amazonas e do Tocantins, no Pará), na conclusão da pavimentação das rodovias BR-163 e BR-158 e das Ferrovias de Integração Norte-Sul (FNS), Centro-Oeste (Fico), Oeste-Leste (Fiol) e Transnordestina. Basta dizer que 60% da produção de grãos se concentra nos cerrados, que serão beneficiados pela nova logística, mas só 14% dela é hoje escoada pelos portos do Norte e Nordeste", artigo de Marcos Jank - OESP, 26/2, Espaço Aberto, p.A2.


Geral

Desequilíbrio da biodiversidade: saúde humana em risco
A destruição da biodiversidade cria um ambiente propício para a proliferação de doenças. Não pára de crescer o número de doenças associadas às alterações do meio ambiente. Quando a vegetação nativa é retirada, doenças que antes estavam restritas a ela passam a invadir outros lugares. É o que acontece com a capivara, hospedeira do carrapato-estrela. O bicho vem amendrontando moradores de Campinas e Piracicaba, ambas em São Paulo. O carrapato-estrela é transmissor de uma enfermidade letal, a febre maculosa - O Globo, 26/2, Revista Amanhã, p.11 a 16.

O sertão pode virar deserto
Queda na ocorrência de chuvas, provocada por mudanças globais e desmatamento na região, fazem temperatura se elevar em 1,75 grau no semiárido baiano. Desde 2006, a equipe do Projeto "Adapta, Sertão" testa alternativas de irrigação e alimentação animal para combater o colapso na produção de leite e na agricultura local a partir de pequenas inovações, e, principalmente, da capacitação dos agricultores locais. Em 19 de março, eles receberão da presidente Dilma Rousseff o prêmio Celso Furtado de Desenvolvimento Regional, que elegeu o projeto em 1o. lugar entre alternativas a serem replicadas no país. O projeto é uma parceria entre aa cooperativa Ser do Sertão, a Rede de Desenvolvimento Humano (Redeh), o Centro de Clima da Coppe/UFRJ e a Escola de Relações Internacionais e Estudos do Pacífico da Universidade da Califórnia, em San Diego - O Globo, 26/2, Revista Amanhã, p.24 a 27.

Trabalho infantil na pecuária na mira da FAO
A FAO alerta que o trabalho infantil na pecuária é generalizado e amplamente ignorado no mundo, e faz referencia à prática em vários países, inclusive no Brasil, um os maiores produtores e exportadores mundiais. De acordo com a FAO, a agricultura é o setor onde se encontra o maior numero de trabalhadores infantis. Em nível mundial, a pecuária representa cerca de 40% da economia "agrícola". Relatório da FAO reproduz documento do Departamento de Trabalho dos Estados Unidos, que coloca o Brasil na companhia da Bolívia, Chade, Etiópia, Lesoto, Mauritânia, Namíbia, Paraguai, Uganda e Zâmbia na utilização de trabalho infantil ou forçado na criação de gado. A FAO menciona "evidências de trabalho infantil em matadouros e processamento e carne" e no abate de gado no Brasil e no Equador - Valor Econômico, 26/2, Empresas, p.B15.

O impacto do mercúrio na saúde do brasileiro
"A ONU discute um tratado internacional sobre o mercúrio, a Convenção de Minamata. O mercúrio é um metal pesado que se acumula na cadeia alimentar, com efeitos perversos à saúde humana, especialmente no desenvolvimento de fetos e crianças pequenas. No Brasil, o assunto tem sido negligenciado, a despeito dos riscos para as populações ribeirinhas da Amazônia em função da ampla utilização do produto nas atividades de garimpo lá realizadas. Estudo do Inpa indicou que os ribeirinhos do Rio Negro estão expostos ao mercúrio num nível superior ao tolerável pelo organismo humano. No Congresso Nacional, inacreditavelmente, tramita há 25 anos o projeto de Lei n. 740/1988 que trata do controle do uso, da comercialização e da importação do mercúrio em processos de extração de ouro", artigo de Fabio Feldmann - O Globo, 26/2, Revista Amanhã, p.21.

Oxfam avalia cadeia de produção de grandes grupos
A Oxfam divulga hoje o relatório "Por trás das marcas - Justiça alimentar e as 10 Grandes empresas de alimentos e bebidas", que analisa as políticas de responsabilidade social da Associated British Foods (dona da Ovomaltine e Twinings), Coca-Cola, Danone, General Mills, Kellogg, Mars, Mondelez International (antiga Kraft Foods), Nestlé, PepsiCo e Unilever, e destaca pontos fracos, de modo que ações possam ser propostas para a melhoria na cadeia de fornecimentos de alimentos. Foram observados temas considerados cruciais para a produção agrícola sustentável, mas negligenciados: mulheres, agricultores familiares, água, direito à terra, mudança climática e transparência. Segundo esses critérios, Nestlé e Unilever apresentam melhor desempenho que outras empresas, tendo desenvolvido e publicado mais políticas visando combater riscos sociais e ambientais nas cadeias de fornecimento. Na outra ponta, ABF e Kellog têm poucas políticas para o impacto de suas operações em produtores e comunidades - Valor Econômico, 26/2, Empresas, p.B15.

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