pets 300x196 Um grama de exemplos vale mais que uma tonelada de conselhos
ONG EccoVida: armazenamento de garrafas PET para reciclagem. Fotos: Ambev Recicla/ Flickr
Investir e patrocinar iniciativas socioambientais. Foi-se o tempo em que esta postura era suficiente para legitimar uma empresa como sustentável. A Ambev reconhece esta tendência e vai além.
Por mais persistência e consciência ambiental que se tenha, é inviável promover mudanças efetivas quando se age individualmente. As iniciativas conjuntas já provaram ser mais eficientes e duradouras. É assim na vida, nas relações políticas e no âmbito empresarial. Esta é a alma da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS): envolver consumidores, empresas e o setor público em prol da preservação do meio ambiente.
“Só funciona se nós trabalharmos com parcerias”, enfatiza Ricardo Rolim, diretor de relações socioambientais da Ambev, ao descrever as iniciativas e ações realizadas pela companhia em todo o país, visando à aumentar o índice de reciclagem no Brasil. Atualmente, a empresa reaproveita 99,05% dos subprodutos que resultam da fabricação de suas bebidas.
Lição de casa
Antes de tomar as ruas e pregar conceitos de boas práticas é preciso dar o exemplo dentro de casa. Ricardo destaca a importância do Sistema de Gestão Ambiental, implantando há 20 anos pela companhia: “Ele é tão eficiente quanto nosso sistema de vendas. Todos têm metas a cumprir, e isto funciona muito bem”. O programa estabelece metas e monitora a evolução dos índices de reaproveitamento de subprodutos de cada uma das fábricas.
Nos últimos dez anos, a Ambev diminuiu em 81% a quantidade de resíduo gerado nas unidades fabris, reduzindo assim a utilização de aterros e agregando valor aos subprodutos gerados. A polpa dos rótulos, por exemplo, vai para a reciclagem de papéis.
Em 2011, a companhia consolidou as iniciativas voltadas à reciclagem de resíduos pós-consumo, criando o Programa Ambev Recicla. Os resultados deste trabalho são palpáveis e animadores. A fábrica de Manaus, por exemplo, já atingiu o marco de 100% de reaproveitamento no ano passado.
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Fábrica Ambev Vidros, no Rio de Janeiro.
Outra iniciativa sustentável é a PET 100% reciclada. Lançada em 2012, com tecnologia própria, o produto consome em sua fabricação 70% menos energia elétrica em relação à produção do material virgem, além de diminuir em 20% o consumo de água. Até hoje, mais de 60 milhões de garrafas PET já foram retiradas do lixo. A previsão é de que, até 2013, este número alcance a marca de 130 milhões de embalagens reaproveitadas. Veja aqui um infográfico que mostra o processo de produção da PET 100% do Guaraná Antarctica.
A fábrica de vidros, localizada no Rio de Janeiro, é outro trunfo sustentável para a companhia. Construída em 2008, a Ambev Vidros se tornou a maior recicladora de cacos de vidro na América Latina. Atualmente, 75% da matéria-prima utilizada é formada por cacos de vidro oriundos de outras unidades da empresa e de cooperativas parceiras. De cada dez garrafas produzidas, cerca de sete são fabricadas totalmente com material reciclado.
Parcerias
Na década de 1990, a companhia ajudou na criação do CEMPRE (Compromisso Empresarial para Reciclagem), do qual permanece como parceira e mantenedora. Fundada em 1992, a associação empresarial dedica-se à promoção de reciclagem dentro do conceito de gerenciamento integrado do lixo. O objetivo da organização é conscientizar a sociedade sobre a importância da redução, reutilização e reciclagem dos resíduos.
O CEMPRE reúne informações sobre os programas de coleta seletiva desenvolvidos por prefeituras, apresentando dados sobre composição de lixo, custos de operação, participação de cooperativas de catadores e parcela da população atendida. Ter essas informações disponíveis é um fator valioso para traçar metas específicas e que atendam as reais necessidades da sociedade.
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Á esquerda, Ricardo Rolim, diretor de relações sociombientais da Ambev, e André Vilhena, diretor do CEMPRE, em evento da Ambev.
Outras parcerias foram firmadas de lá para cá com o intuito de promover a educação e a valorização dos agentes ambientais, contribuindo assim com o desenvolvimento das comunidades. O programa Reciclagem Solidária, por exemplo, realizado em conjunto com a ONG Ecomarapendi, já beneficiou mais de 46 cooperativas e dois mil catadores em todo o país, por meio de capacitação e doações de equipamentos.
Com a ONG EccoVida, o trabalho é voltado para a educação ambiental por meio de caminhadas, oficinas e distribuição de materiais educativos. Edson Freitas, presidente da organização, reconhece a importância da parceria. “Este é um sonho concretizado. Hoje toda a minha família está envolvida no projeto.”
Estabelecer esta relação de proximidade com os vários setores da sociedade é a forma mais eficiente de consolidar os princípios socioambientais fora da empresa. “Cada vez mais as empresas estão percebendo que só financiar projetos não deixa um legado tão importante quanto você participar, implantar e gerir projetos em conjunto, dia a dia”, explica Ricardo Rolim.
Incentivar o debate sobre as questões que envolvem a gestão de resíduos sólidos no país é uma atitude louvável. As mudanças, porém, só serão efetivas quando as metas saírem do papel e ganharem vida. “As companhias estão sentindo que há necessidade de devolver um pouco do que elas tomam da sociedade, em termos de negócio”, finaliza o executivo. (Envolverde)