Powered By Blogger

segunda-feira, 31 de março de 2014


Resumo diário de notícias selecionadas
dos principais jornais, revistas, sites especializados e blogs,
além de informações e análises direto do ISA
 
 
HOJE:
Amazônia, Código Florestal, Mudanças Climáticas, Povos Indígenas, Unidades de Conservação
Ano 14
31/03/2014

 

Direto do ISA

 
  Organizações da sociedade civil e vítimas diretas da chamada “suspensão de segurança” cobraram explicações do governo sobre uso de instrumento legal que vem atropelando direitos de populações indígenas e tradicionais - Direto do ISA, 28/3.
  Realizada em 21 e 22 de março, a expedição percorreu mais de 475 km, entre os rios Ajarani e Mucajaí, no limite Leste da TIY, em Roraima. Foram visitados sete assentamentos de reforma agrária e duas Unidades de Conservação e constatou-se importante redução no processo de invasões no Ajarani, apesar do crescimento de novos vetores de pressão - Direto do ISA, 28/3.
  A Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn) e a Fundação Nacional do Índio (Funai), em parceria com o Instituto Socioambiental (ISA), realizaram, entre 17 e 20 de março, o seminário de Educação Escolar Indígena. Participaram 120 pessoas de 13 comunidades indígenas do Distrito de Iauaretê, Alto Uaupés e Rio Papuri - Blog do Rio Negro/ISA, 31/3.
  Confira o artigo de Raul do Valle e Flávia Camargo, assessores do Programa de Política e Direito Socioambiental (PPDS) do ISA, sobre a necessidade de incentivos econômicos para tirar do papel a nova lei florestal - Blog do PPDS/ISA, 31/3.
   
 

Povos Indígenas

 
  "Os índios são apenas 0,47% da população brasileira. Ainda assim, mais indígenas morreram por decisões da ditadura iniciada há 50 anos do que as vítimas de outros grupos. Um único povo do Amazonas perdeu mais habitantes pela violência da imposição da construção de uma estrada em suas terras, a partir de 1971, do que todos os não índios mortos segundo as maiores estimativas. A Comissão da Verdade, que investiga crimes cometidos pelo governo ou agentes do regime autoritário, suspeita que tenham sido mil mortos ou desaparecidos políticos entre 1964 e 1985. A construção de estradas na Amazônia, no governo do general Garrastazu (1969-1973), matou 8 mil índios, segundo estima a comissão", artigo de Leão Serva - FSP, 31/3, Cotidiano, p.C2.
   
 

Unidades de Conservação

 
  Problemas estruturais se espalham pelas unidades federais administradas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) em todo o Brasil, órgão ligado ao Ministério do Meio Ambiente. A própria sede do órgão e unidades de conservação em estados como Rio, Tocantins e Bahia, além da Amazônia, sofrem com falta de pagamento de pessoal terceirizado e calote em fornecedores, criando situações vexatórias e insatisfação generalizada dos servidores. Em vários estados, o ICMBio não quita contas de água, luz e telefone há mais de dois meses, arriscando-se a ficar sem os serviços. Funcionários terceirizados, que atuam principalmente nas funções de vigilância e limpeza, também estão com salários atrasados há meses - O Globo, 30/3, País, p.9.
   
 

Amazônia

 
  A maior cheia da história do Rio Madeira, pela 1ª vez perto de atingir 20 metros acima do nível normal - o recorde anterior, de 1997, era de 17,52 metros -, já desalojou aproximadamente 20 mil pessoas na capital de Rondônia, num total de 4,5 mil famílias. E esse número, assim como o rio, não para de subir. O problema começou com a elevação do Rio Beni, na Bolívia. As consequências podem ter sido agravadas pela erosão das encostas, provocada pelas duas usinas hidrelétricas em operação no rio há menos de um ano - a de Santo Antônio fica a 5 km de Porto Velho. A água já chega ao 2o. andar do Tribunal Regional Eleitoral e do Fórum Eleitoral. O rio foi cidade adentro por até dez quadras, expulsando moradores - O Globo, 30/3, País, p.10.
  O rompimento de uma braçadeira da construção da barragem secundária da Hidrelétrica de Santo Antônio, em Laranjal do Jari (AP), deixou quatro pessoas desaparecidas. Elas estavam trabalhando no local, por volta das 3h de sábado, quando houve o acidente. A força das águas danificou um guindaste usado na obra. A construção da hidrelétrica de Santo Antônio do Jari teve início em agosto de 2011, e a barragem que se rompeu é necessária para o desvio das águas do Rio Jari. Uma equipe de mergulhadores do Comando Geral dos Bombeiros de Macapá está na cidade para ajudar nas buscas - O Globo, 30/3, País, p.6; O Globo, 31/3, País, p.7.
  Um projeto para ajudar os dez países da bacia do rio Congo, na África, a monitorar o desmatamento das florestas da região está sendo elaborado pelo BNDES, em parceria com a FAO. A ideia é aportar recursos do Fundo Amazônia, entre US$ 30 milhões e US$ 40 milhões, para desenvolvimento do projeto, que contará com a transferência tecnológica do Inpe e deve ser aprovado até meados deste ano - Valor Econômico, 31/3, Brasil, p.A2.
   
 

Mudanças Climáticas

 
  Mudança climática não é um problema para o fim do século. Já está acontecendo agora, causando impactos ao ambiente e aos seres humanos em todos os continentes e através dos oceanos. Para o futuro, vai amplificar os riscos relacionados ao clima já existentes e criar novos riscos para os sistemas naturais e humanos. E, por enquanto, o mundo está muito pouco preparado para lidar com essa situação. Em poucas palavras, esse é o quadro pintado pelo IPCC no relatório divulgado ontem, em Yokohama, no Japão. A mensagem está presente no "Sumário para Formuladores de Políticas", uma introdução não-técnica do documento de mais de 2 mil páginas e 30 capítulos - OESP, 31/3, Metrópole, p.A14.
  O novo relatório do IPCC sobre impactos do aquecimento global traz um mapa muito mais amplo das possíveis consequências do fenômeno, mas menos certezas sobre o que efetivamente ocorrerá. O documento, divulgado ontem, trata de muito mais assuntos do que seu predecessor, de 2007, e avalia melhor alguns temas, como o efeito do clima na saúde humana e em conflitos violentos. Projeções que tinham recebido grande destaque antes, porém -como o risco de as secas afetarem 1 bilhão de pessoas na África e 250 milhões na Ásia-, saíram do sumário. Uma das afirmações para as quais o IPCC baixou o tom é a do risco de a Amazônia tornar-se uma savana sob influência da mudança climática - FSP, 31/3, Ciência, p.C7.
  Mortalidade maior de árvores, migração de espécies, extinção. Esses são alguns dos piores prognósticos para o que vai acontecer com a biodiversidade do planeta diante do aumento da temperatura e das mudanças do clima. De acordo com uma versão preliminar do relatório do IPCC, "uma grande fração de espécies, tanto terrestres quanto de água doce, enfrenta um aumento do risco de extinção diante das mudanças climáticas projetadas ao longo do século 21 e depois". Isso é dito, no jargão do IPCC, com alto grau de confiança. Para o painel, a ameaça é ainda maior quando combinada com outras pressões, como modificação do habitat, superexploração, poluição e a presença de espécies invasoras - OESP, 30/3, Metrópole, p.A31.
  A distribuição de peixes e outras espécies marinhas deve sofrer uma grande redistribuição pelos oceanos em todo o mundo até 2060, diminuindo nas regiões tropicais e crescendo nas latitudes médias e altas, em decorrência das mudanças climáticas, indica o novo relatório do IPCC. O relatório indica uma redução do potencial de pesca de até 20% em algumas regiões costeiras da América do Sul. Na região antártica e na linha do Equador, pode chegar a 50%. Já em partes do Oceano Índico e no Hemisfério Norte, o potencial pode crescer 100%. A redistribuição pode reduzir suprimentos, lucros e empregos nos países tropicais - OESP, 31/3, Metrópole, p.A14.
  A situação das plantas e de culturas agrícolas pode ser ainda mais prejudicada pelo impacto que a mudança do clima pode causar a abelhas, borboletas e outros insetos polinizadores. O relatório do IPCC aponta que "depois de mudanças do uso da terra, as mudanças climáticas são consideradas o segundo fator mais relevante responsável pelo declínio dos polinizadores". Em vários países do mundo, há relatos de que as abelhas estão desaparecendo por diversas causas ainda não muito claras. Elas estão em situação de estresse pela perda de habitat, de biodiversidade, além de doenças e uso de pesticidas. Todas essas condições, afirmam os cientistas, podem ser amplificadas pela alteração do clima - OESP, 30/3, Metrópole, p.A31.
  Vai sobrar até para o cafezinho. A bebida mais popular dos brasileiros também está na lista das culturas agrícolas que podem sofrer impactos com as mudanças climáticas. O alerta aparece em pelo menos dois capítulos do relatório do IPCC. No capítulo sobre áreas rurais, o painel de cientistas destaca estudos publicados nos últimos anos que mostram que aumentos não muito altos de temperatura, a partir de 2oC, e mudanças nos padrões de chuva podem afetar a cultura nas Américas Central e do Sul e na África. "No mínimo, as mudanças climáticas vão causar modificações consideráveis na distribuição das plantações, rompendo com o modo de vida de milhões de pequenos produtores", concluem os autores - OESP, 29/3, Metrópole, p.E6.
  O aquecimento global pode causar perdas entre 0,2% e 2% do PIB dos países se as temperaturas subirem perto de 2oC. O impacto dependerá do padrão de desenvolvimento de cada nação, da concentração de renda, do grau de pobreza, da exposição ao risco das populações e de muitos outros fatores ligados à capacidade de adaptação aos fenômenos climáticos. Essa é uma das conclusões do relatório do IPCC. O estudo aponta o risco de mais conflitos causados pela falta de comida e água. "A mudança climática não cria o problema social, mas agrava o que já existe", diz o físico e meteorologista José Marengo, em entrevista. O planejamento no Brasil tem que focar a segurança hídrica, alimentar e energética, diz - Valor Econômico, 31/3, Internacional, p.A13.
  O pesquisador argentino radicado no Brasil José Antonio Marengo, do Inpe, coordenou o capítulo sobre América Central e do Sul e também fez parte do grupo que elaborou o Sumário para Formuladores de Políticas do IPCC. "Alguns aspectos regionais ficaram mais claros, o que podemos esperar de impactos e o que pode ser feito para lidar com eles. Foi criada uma classificação do tamanho do impacto com e sem adaptação. Um determinado risco pode ser menor com adaptação. Já outros, não tem o que fazer. Por exemplo, se acabar a água das geleiras andinas. Aí vai ter de procurar outras fontes de água. É um problema que vai gerar conflitos", diz em entrevista - OESP, 31/3, Metrópole, p.A14.
  A chegada em massa de africanos à Europa racha o discurso do Velho Mundo: um estrato da sociedade defende políticas assistencialistas. Outro ergue a bandeira da direita radical e hostil aos "invasores". No Ártico, o derretimento das geleiras acirra a tensão entre as potências mundiais, que cobiçam novas rotas de navegação e extração do petróleo. Milhões de pessoas deixam o Leste da Ásia, constantemente inundado, e, no Brasil, nordestinos trocam suas casas pelo Sudeste. Estes conflitos, entre tantos outros que já aparecem timidamente no cenário internacional, provocarão mais embaraços nas próximas décadas. A explicação para tantos episódios caóticos são as mudanças climáticas - O Globo, 31/3, Mundo, p.26.
   
 
Imagens Socioambientais

Nenhum comentário: