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quinta-feira, 22 de janeiro de 2015




Resumo diário de notícias selecionadas
dos principais jornais, revistas, sites especializados e blogs,
além de informações e análises direto do ISA
 
 
HOJE:
Água, Energia, Mudanças Climáticas
Ano 14
22/01/2015

 

Energia

 
  Depois do apagão de segunda-feira, que deixou dez Estados e o Distrito Federal sem luz, o Brasil foi obrigado a recorrer à Argentina para conseguir atender a demanda nacional e não correr o risco de um novo blecaute. Entre terça-feira e ontem, foram importados cerca de 2 mil MW de energia para suportar a escalada do consumo no horário de pico. A importação ocorreu pela estação de Garabi, no município de Garruchos (RS), na fronteira com a Argentina. Segundo um técnico do governo, a importação continuará enquanto houver necessidade para garantir o abastecimento sem riscos OESP, 22/1, Economia, p.B8; FSP, 22/1, Mercado, p.B5; O Globo, 22/1, Economia, p.21.
  A seca que atinge as Regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste reduziu tanto o nível dos reservatórios que, se não chovesse nada nas próximas semanas, a quantidade de água armazenada daria apenas para um mês de consumo de energia no Brasil. Na terça-feira, os reservatórios do subsistema Sudeste/Centro-Oeste estavam com 17,63% de armazenamento (no ano passado, nessa mesma época, o nível dos lagos da região estava em quase 40%); do Nordeste, 17,32%; do Norte, 35,26%; e do Sul, 67,84%. Como o sistema nacional tem outras fontes de energia, como eólicas e térmicas, e a expectativa é que chova, mesmo que pouco, o sistema consegue suportar o consumo durante mais tempo OESP, 22/1, Economia, p.B8.
  Usinas com potência equivalente a 11% da capacidade de oferta de energia elétrica do país estão com obras paralisadas ou não iniciadas. Esses projetos, que somam 14.000 MW de potência instalada, representam 35% da capacidade dos empreendimentos de geração licitados e que já deveriam ter entrado em operação ou deveriam fazê-lo nos próximos anos. Entre as fontes de energia, o maior atraso é das usinas eólicas, que têm 6.000 MW de potência instalada em atraso, 63% do total previsto. A morosidade das obras atinge também projetos de linhas de transmissão e subestações de energia FSP, 22/1, Mercado, p.B5.
  Das 22 usinas térmicas que a Petrobrás tem, seja como controladora ou acionista, 16 sofrem hoje algum tipo de restrição operacional ou está em fase de manutenção. Essas 16 usinas teriam capacidade de entregar até 5.574 megawatts ao sistema elétrico do País. Mas, efetivamente, só podem oferecer cerca de 3.700 MW disponíveis - aproximadamente 1.870 MW da capacidade está fora do ar. Trata-se de um volume considerável de energia, equivalente a um terço de todo o parque térmico do País que está paralisado em razão de falhas técnicas e processos de manutenção -OESP, 22/1, Economia, p.B8.
  "Energias renováveis consomem menos água do que as convencionais. Em países do golfo Pérsico, encravados no deserto, projetos de energia renovável poderão reduzir a retirada de água para produzir energia em 20% em 2030. A demanda de água para energia poderá cair pela metade no Reino Unido, em mais de 25% nos Estados Unidos, Alemanha e Austrália em 15 anos, assim como ser menos 10% na Índia, com a geração de eletricidade a partir do sol e do vento. Enquanto políticos no Brasil acreditam que Deus é brasileiro, fará chover e resolverá os graves problemas de energia e abastecimento de água, especialistas internacionais analisam os cenários de um novo conceito ambiental conhecido por Nexus. Trata-se da conexão entre os sistemas de água, energia e produção de alimentos no mundo, a base da estratégia contemporânea do desenvolvimento sustentável", artigo de Daniela Chiaretti Valor Econômico, 22/1, Internacional, p.A9.
  
 

Água

 
  O agravamento da seca no Sistema Alto Tietê obrigou a Sabesp a suspender o "socorro" prestado a regiões da capital que eram abastecidas pelo Cantareira antes da crise. O objetivo é evitar o colapso do segundo maior manancial paulista, que ontem caiu a 10% da capacidade. Com o fim da transferência de água, moradores de bairros como Cangaíba, Penha e Tatuapé, na zona leste, voltam para a zona de abrangência do Cantareira, ficando mais expostos a falhas no abastecimento, por causa da redução da pressão, que é mais drástica para quem depende do principal sistema OESP, 22/1, Metrópole, p.A12.
  O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse ontem que a Sabesp estuda retirar mais água da Represa Billings para suprir a crise hídrica na Grande São Paulo. Segundo o tucano, a empresa deve ampliar a transferência que já é feita para a Represa do Guarapiranga e ainda construir um braço do reservatório na região do ABC paulista para transferir água para o Sistema Alto Tietê, que está próximo do colapso. O novo presidente da Sabesp, Jerson Kelman, já havia cogitado a hipótese, mas ressalvando que a medida esbarra tanto na qualidade da água (que requer alto custo para despoluição ou tratamento) como na "engenharia complexa" para remanejá-la -OESP, 22/1, Metrópole, p.A12; FSP, 22/1, Cotidiano, p.C1; O Globo, 22/1, País, p.8.
  O governo de Minas Gerais decidiu lançar um plano de redução de consumo de água em Belo Horizonte e região metropolitana após a equipe de Fernando Pimentel (PT) detectar risco de racionamento em julho, se nada for feito no curto prazo. O anúncio será feito hoje pela presidente da Copasa (companhia de saneamento), Sinara Meirelles. O governo vai lançar um plano de investimento para combater vazamentos, campanha de conscientização de redução de consumo e estudos para a criação de uma sobretaxa na conta de água -como ocorre em São Paulo. Em Minas, os vazamentos são responsáveis por uma perda de até 40% da água tratada para abastecimento -FSP, 22/1, Cotidiano, p.C3.
  "A Sabesp sabe que a redução de pressão pode causar transtornos à população. Essa redução, porém, é necessária para diminuir o vazamento das tubulações. Para resolver de vez os vazamentos, seria preciso substituir todas as antigas tubulações. Para que se tenha ideia da magnitude do desafio, existem cerca de 64 mil quilômetros de tubos enterrados na região metropolitana, o equivalente a uma volta e meia em torno da Terra. As redes são mantidas por algumas horas em baixa pressão, porém essa pressão é positiva -isso impede a entrada de água do solo nas tubulações e o consequente risco de contaminação. Se for necessário chamar isso de racionamento, que assim seja", artigo de Jerson Kelman, presidente da Sabesp FSP, 22/7, Tendências/Debates, p.A3.
  "A crise no abastecimento de água de São Paulo, que era preocupante, começa a ficar assustadora. Com 30 dias de verão nas costas, as chuvas continuam muito abaixo da média histórica. Os reservatórios, que deveriam estar enchendo, acumulando forças para o verdadeiro período de seca, no inverno, continuam a cair", artigo de Rogério Gentile FSP, 22/1, Opinião, p.A2.
  
 

Mudanças Climáticas

 
  O homem não precisa gastar um centavo sequer no combate às mudanças climáticas. O carbono é um gás inofensivo, cuja emissão deveria ser estimulada. As declarações controversas são defendidas em um estudo publicado esta semana na revista "Science Bulletin", da Academia Chinesa de Ciências. Os quatro pesquisadores que assinam o trabalho discordam da tese defendida por 97% da comunidade científica internacional, que atribuem o aquecimento do planeta à ação humana. De acordo com o IPCC, a emissão de gases-estufa aumentará a temperatura da Terra em cerca de 3,3oC até o fim do século. No entanto, os autores da nova pesquisa - três americanos e um britânico - asseguram que os termômetros subirão, no máximo, 1oC O Globo, 22/1, Sociedade, p.27.
  "Sucessivos recordes de calor aproximam as mudanças climáticas da vida cotidiana. Neste ano, as atenções estarão voltadas para a COP-21, em Paris. O encontro tem a missão de produzir entre as nações um consenso capaz de evitar que a temperatura da atmosfera da Terra aumente mais de 2oC neste século, limiar além do qual a mudança climática pode provar-se perigosa. Acredita-se que 2014 não será o último ano a bater recordes de calor -terá sido apenas um em uma série de décadas quentes. Considerada a canícula das primeiras semanas de 2015 em São Paulo, onde a média de temperatura está acima da do ano passado, os paulistanos certamente concordarão com a afirmação", editorial FSP, 22/1, Editoriais, p.A2.
  
 
Imagens Socioambientais

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