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sexta-feira, 31 de julho de 2015

Produção de húmus, artigo de Roberto Naime


Caixa de compostagem. Foto: Minha Horta Suspensa – http://hortasuspensaquintal.blogspot.com.br/

[EcoDebate] Segundo dados publicados no site da Associação Brasileira de Agricultura Orgânica, a produção de húmus a partir da vermicompostagem se profissionalizou, com mercado de anelídeos. Site do Diário do Comércio e Indústria estima movimentação de algumas centenas de milhões por ano.
Não é apenas na produção de substratos vegetais, mas também no uso para recuperação de áreas de diversas naturezas, e para recomposição física de solos vulnerabilizados por atividades de erosão ou mesmo lixiviação. Também contribui o enorme avanço da agricultura e da pecuária orgânicos no país, que geram demanda pela maior produção de húmus.
A presença de minhocas no solo auxilia na retenção de nutrientes variados, como potássio, nitrogênio, cálcio e fósforo, também auxilia na oxigenação ou aeração dos terrenos, com ampliação da porosidade dos solos e até mesmo na fixação de moléculas de umidade. Além de atuarem nos solos e na vermicompostagem, as minhocas servem como iscas em anzóis de pesca e além do desenvolvimento de matrizes, são produzidas farinhas deste anelídeo para uso em rações animais.
Minhocas também são utilizadas para a alimentação de peixes ornamentais em aquários e como iguarias para espécimes de répteis e anfíbios, criados em condições domésticas, no interior ou no ambiente de residências. O húmus produzido pelas minhocas também é largamente utilizado para melhoria da qualidade das pastagens, sendo muito empregado em pecuária orgânica.
O húmus, bastante conhecido pela floricultura e o cultivo de plantas em vaso no ambiente doméstico, é produzido em canteiros de cultivo de minhocas e mais recentemente, numa tecnologia desenvolvida e patenteada por empresas, em colchões que funcionam como casulo, e que lembram piscinas plásticas vazias, nos quais se instalam minhocários. As minhocas se alimentam de resíduos orgânicos e produzem cerca de 50kg de húmus para cada metro quadrado de canteiros onde são cultivadas.
A comercialização realizada a granel para propriedades rurais e em embalagens pequenas para floriculturas ou para adição em vasos de folhagens, oscila para valores que se situam no intervalo entre hum mil ou dois mil reais a tonelada, de acordo com a região no primeiro caso, e para valores que se situam entre 2 e 4 reais o kg para comercialização no segundo caso, em embalagens plásticas, onde é necessário registro do produto, com a necessidade de ações de marketing, coordenadas e integradas.
O húmus da forma que se conhece, material muito enriquecido por matéria orgânica, é constituído pelos excrementos da minhoca. O húmus melhora muito as propriedades físicas, químicas e orgânicas do solo, tendo grande aceitação quando inserido na produção agrícola ou pecuária de natureza orgânica.
As minhocas se alimentam de vegetais na natureza, e nos criatórios são tratadas com resíduos sólidos de natureza orgânica, principalmente frutas, verduras e legumes em geral, além de esterco. Se reproduzem rapidamente. Existem centenas de espécies de minhocas no país, mas os tipos mais empregados na produção de húmus são a minhoca vermelha da Califórnia e a denominada minhoca gigante africana.
Site do jornal Gazeta Mercantil consultado indica que existem muitos empreendedores não tradicionais, sensibilizados pelas inúmeras vantagens já descritas do uso de húmus e mesmo dos anelídeos nos solos, onde os túneis que escava, auxiliam de maneira substancial na aeração dos solos e consequentemente na retenção de umidade e na germinação e desenvolvimento das espécies vegetais plantadas.
A divulgação de pesquisas realizadas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), por universidades e instituições privadas, além do grande número de empreendimentos orgânicos privados, estimulam a utilização do húmus, que já é bastante importante e relevante na Europa e Estados Unidos. O húmus como adubo pode ser empregado nos mais diversos cenários, como fazendas, hortos privados ou comunitários, chácaras, sítios, pesqueiros, posadas e até mesmo em campos cultivados para a prática de golfe.
Produtores estimam em 350, a média de quantidade de indivíduos anelídeos presentes por quilo de húmus considerado. Mesmo com a importância já descrita das minhocas, pode-se afirmar que ainda não existe mercado firme e consolidado para esta forma de substrato que tanto auxilia a recuperação e nas boas condições agrícolas dos solos para produção vegetal ou animal orgânica.
Ainda se verá um cenário que valoriza adequadamente a chamada adubação orgânica que em muito auxilia a recuperação dos solos e a capacidade de germinação e a retenção de nutrientes. Não adiantar inundar os terrenos com nitrogênio, que aliás pode ser produzido por bactérias desnitrificadoras locais, se os solos tiverem capacidade de retenção adequada destes organismos, e adicionar conjuntamente potássio e fósforo. Todos os 3 componentes quando resultantes de compostos onerosos de natureza petroquímica, são sujeitos a que na primeira chuvarada, possam sofrer lixiviação e remoção dos solos, fazendo com que boa parte dos nutrientes ofertados aos terrenos ali não permaneçam.
Dr. Roberto Naime, Colunista do Portal EcoDebate, é Doutor em Geologia Ambiental. Integrante do corpo Docente do Mestrado e Doutorado em Qualidade Ambiental da Universidade Feevale.
Sugestão de leitura: Celebração da vida [EBook Kindle], por Roberto Naime, na Amazon.

in EcoDebate, 08/01/2015
"Produção de húmus, artigo de Roberto Naime," in Portal EcoDebate, 31/07/2015,http://www.ecodebate.com.br/2015/07/31/producao-de-humus-artigo-de-roberto-naime/.

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