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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Países devem ampliar combate ao zika vírus


Agência da ONU cita o uso de técnicas modernas como mosquitos geneticamente modificados; outros métodos mencionados pelos especialistas são o uso da bactéria Wolbachia e de insetos estéreis.
Edgard Júnior, da Rádio ONU
Ilustração da OMS/Opas sobre o vírus.
Ilustração da OMS/Opas sobre o vírus.

A Organização Mundial da Saúde, OMS, pediu aos países afetados pelo surto de zika que ampliem os métodos de combate ao vírus.
O grupo de consultoria para o controle do vetor da agência da ONU está avaliando novas técnicas, incluindo o uso de mosquitos geneticamente modificados.
Mosquitos Estéries
A OMS cita o caso dos mosquitos estéreis. A técnica, já utilizada pela Agência Internacional de Energia Atômica, Aiea, e pela Organização para Agricultura e Alimentação, FAO, tem dado resultado para controlar insetos na agricultura.
O processo utiliza a emissão de baixas doses de radiação em mosquitos machos, com isso, eles são incapazes de fertilizar os ovos e consequentemente a população de mosquitos acaba sendo reduzida.
Os especialistas estão usando também uma técnica biológica para acabar com o mosquito Aedes Aegypt, que é a bactéria Wolbachia. Ela não afeta os humanos ou outros mamíferos.
Quando o mosquito fêmea cruza com um mosquito macho contendo a bactéria, não há fecundação.
O uso da bactéria Wolbachia está sendo feito no Brasil, na Austrália, Indonésia e Vietnã como parte das estratégias de controle da dengue.
Peixes
Outro método apontado pela OMS é o de peixes que se alimentam das larvas do Aedes Aegypt. Essa técnica já está sendo utilizada em El Salvador com certo sucesso.
Ao mesmo tempo, a OMS afirma que as autoridades devem manter as técnicas antigas de combate ao mosquito, como o uso de fumacês e a eliminação dos locais que podem servir de criadouro para o mosquito.
A agência cita, por exemplo, locais de água parada como pneus, garrafas e caixas d’água entre outros.
A organização afirmou que depois do combate eficaz para a eliminação do Aedes Aegypt, que começou nos anos 40, as autoridades de saúde disseram que no final dos anos 60, a maioria das doenças causadas por mosquitos já não era mais considerada um problema sério fora da África.
Mas a OMS alerta que duas décadas de pouco interesse sobre o assunto e redução das capacidades dos países em implementar programas de controle, “os mosquitos e as doenças voltaram com toda força”.
Oportunista
Os especialistas dizem que o Aedes Aegypt é um mosquito “oportunista” que mostra muita habilidade para se adaptar ao ambiente. Ele é o principal transmissor de doenças como zika, dengue, chikungunya e febre amarela.
Mais da metade da população mundial vive em áreas onde o Aedes Aegypt está presente.
A OMS falou ainda sobre a possível associação entre o zika e os casos de microcefalia e da síndrome de Guillain Barré, que é uma doença que causa paralisia.
A agência não está recomendando nenhum tipo de restrição a viagens por causa do problema. Mas, tendo como base que as infecções de zika durante a gravidez podem ter uma ligação com os casos de microcefalia, a OMS divulgou um aviso de precaução para as mulheres que estão grávidas e seus parceiros.
Para os especialistas, as gestantes devem discutir seus planos de viagens com seus médicos e devem considerar adiar qualquer visita a áreas onde as infecções estão ocorrendo.
A OMS informou que dentro de algumas semanas terá uma ideia melhor sobre o andamento das pesquisas, dos diagnósticos e das vacinas contra o zika.
A agência desmentiu os boatos sobre a ligação de vacinas com casos de microcefalia. Segundo a OMS, vacinas contra difteria e tétano estão sendo aplicadas em gestantes há várias décadas e os casos só começaram a surgir agora. (ONU Brasil/ #Envolverde)
* Publicado originalmente no site Rádio ONU.

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